Ideias Dissidentes

Putin em uniforme militar em Kursk é eloquente. A Rússia está caminhando lenta mas seguramente em direção ao seu renascimento como uma Grande Potência. Finalmente garantiremos esse status quando vencermos a fatídica guerra com o Ocidente na Ucrânia.
O sucesso de nossos militares em expulsar o inimigo da região de Kursk pode se tornar um ponto de virada. Sim, esta é apenas uma operação de contra-ofensiva, e até mesmo prolongada, mas tais conquistas parciais constituem uma grande Vitória.
Um Grande Poder é aquele que não depende de outros o amarem ou odiarem, de serem amigos dele ou lutarem contra ele. Seu centro de gravidade está dentro dela mesma. Ela constrói sua imagem do mundo de dentro para fora, a partir de seu próprio âmago. Esta é a soberania civilizacional — um conceito que ainda precisa ser devidamente desenvolvido e formalizado. Somente as Grandes Potências possuem soberania civilizacional, a capacidade de manter sua completa independência diante de qualquer desafio externo, diante de qualquer ameaça. Todas as outras soberanias são imaginárias e condicionais. Apenas formas de polidez, como dirigir-se à primeira pessoa que encontrar como “senhor” ou “senhor”. É claro que nem todo "senhor" é um mestre, e nem todo "senhor" é um cavalheiro. Portanto, nem toda “soberania” é soberania, mas apenas aquela que é exercida pelo Estado-Civilização.
A chegada de Trump mudou a arquitetura mundial. Os Estados Unidos reconheceram a multipolaridade e aceitaram abertamente o modelo da Ordem das Grandes Potências, que substituiu o globalismo liberal. Tudo se tornou mais honesto e aberto. Mas... ninguém simplesmente distribui o status de Grande Potência. Isso precisa ser provado. Trump não tem intenção de abrir mão de sua hegemonia. Ele quer simplesmente fazer dos Estados Unidos uma Grande Potência, não do Ocidente coletivo ou do Estado Profundo globalista. E ele terá que provar isso nas duras condições de crescente confronto com globalistas, tanto nos EUA quanto na Europa. Se Trump conseguirá tornar a América grande ou não depende diretamente de ele conseguir derrotar o globalismo liberal. É claro que a Rússia não é um obstáculo para ele nisso, mas sim uma aliada. Mas certamente não devemos confiar em sua boa atitude para conosco. O mundo cruel do realismo nas relações internacionais é construído sobre o fator força, sucesso, vitória, viabilidade comprovada, cálculo razoável, e tudo isso está incorporado na Vitória. A vitória é o preço da grandeza. Vitória em qualquer negócio, empreendimento, confronto.
Se Trump intensificar as relações conosco, assumindo a posição de globalista, será mais difícil para nós. Mas certamente iremos perseverar e alcançar as metas estabelecidas pelo SVO. Mas será pior para Trump também. Ele prometeu paz, esta não é sua guerra, mas acontece que ele falhou, caiu em uma armadilha preparada por seus inimigos. Trump perderá prestígio e não conseguirá tornar a América grande novamente. Assim como Napoleão não conseguiu, no final, tornar a França grande, e Hitler não conseguiu tornar a Alemanha grande. Ambos foram impedidos pela Grande Rússia. Grande na verdade, tendo provado isso na prática ao vencer cada uma das Guerras Patrióticas.
Nossa grandeza deve crescer de dentro, do espírito heróico invencível do nosso povo. Da nossa firmeza e fé, do nosso coração russo.
Embarcamos no caminho do despertar e do renascimento e não devemos nos afastar dele. Somente assim a Ordem das Grandes Potências poderá surgir. Somente em um mundo assim a Rússia, a Grande Rússia, terá um lugar digno.
Putin disse anteriormente: ainda não começamos. Putin em Kursk em uniforme militar deixa claro: estamos começando.