23.04.202500:30
https://www.youtube.com/watch?v=z-xBYvg_O_o
Em alguns minutos, no Geoforça para conversar sobre as tretas geopolíticas da semana.
Em alguns minutos, no Geoforça para conversar sobre as tretas geopolíticas da semana.
21.04.202516:55
Também causava estranheza o seu rechaço pelas expressões simbólicas de hierarquia e poder, que fazem objetivamente parte do papel representativo da Igreja Católica. A Igreja tem como uma de suas funções representar o Reino dos Céus e, por isso, é símbolo de hierarquia, glória, etc., o que se expressa na pompa, nos ritos, e por aí vai.
Mas por outro lado, essa recusa da representação da transcendência através da estética se dava em favor da centralidade do amor aos pobres, aos fracos e aos necessitados, que jaz no coração do Evangelho. Também a Igreja se desenvolve dialeticamente, e em reação aos exageros da teologia da libertação, o Catolicismo experimentou um breve período de "fechamento" e "distanciamento" que coincidiu com a ascensão do neoliberalismo e do neoconservadorismo.
Em reação, por sua vez, aos exageros dessa abordagem, Francisco lavava os pés dos enfermos e dos refugiados, levava a sério a caridade e a misericórdia, e efetivamente atualizou a Doutrina Social da Igreja com uma competente crítica do capitalismo pós-moderno e suas consequências desumanizantes e desenraizadoras. Nesse sentido, foi um Papa com um olhar concentrado especificamente nos humildes do mundo e foi, correspondentemente, um Papa cuja virtude maior foi a humildade.
Em muitos outros temas, porém, ele foi a absoluta continuação do papado de Bento XVI, especificamente no que concerne o papel político e geopolítico do Vaticano no mundo. Expressão disso foi a postura do Papa em relação à Palestina, cujos cristãos ele contatou diariamente por mais de 1 ano para se certificar de seu bem estar. Mas também a intensificação do diálogo com a Rússia, o entendimento com a China e a conquista de uma reabertura católica em Cuba.
Todos esses são méritos imensos do Papa Francisco enquanto chefe de Estado, aos quais se somam a centralização de todas as atividades financeiras do Vaticano no Instituto para as Obras de Religião, potencialmente blindando o Vaticano contra a especulação financeira (tanto a externa quanto a interna).
Nesse sentido, o retrato final do Papa Francisco em sua morte é de um Papa "humano, demasiado humano", tal como foi Pedro, cujo trono ele ocupou de forma digna e imperfeita por 12 anos.
Mas por outro lado, essa recusa da representação da transcendência através da estética se dava em favor da centralidade do amor aos pobres, aos fracos e aos necessitados, que jaz no coração do Evangelho. Também a Igreja se desenvolve dialeticamente, e em reação aos exageros da teologia da libertação, o Catolicismo experimentou um breve período de "fechamento" e "distanciamento" que coincidiu com a ascensão do neoliberalismo e do neoconservadorismo.
Em reação, por sua vez, aos exageros dessa abordagem, Francisco lavava os pés dos enfermos e dos refugiados, levava a sério a caridade e a misericórdia, e efetivamente atualizou a Doutrina Social da Igreja com uma competente crítica do capitalismo pós-moderno e suas consequências desumanizantes e desenraizadoras. Nesse sentido, foi um Papa com um olhar concentrado especificamente nos humildes do mundo e foi, correspondentemente, um Papa cuja virtude maior foi a humildade.
Em muitos outros temas, porém, ele foi a absoluta continuação do papado de Bento XVI, especificamente no que concerne o papel político e geopolítico do Vaticano no mundo. Expressão disso foi a postura do Papa em relação à Palestina, cujos cristãos ele contatou diariamente por mais de 1 ano para se certificar de seu bem estar. Mas também a intensificação do diálogo com a Rússia, o entendimento com a China e a conquista de uma reabertura católica em Cuba.
Todos esses são méritos imensos do Papa Francisco enquanto chefe de Estado, aos quais se somam a centralização de todas as atividades financeiras do Vaticano no Instituto para as Obras de Religião, potencialmente blindando o Vaticano contra a especulação financeira (tanto a externa quanto a interna).
Nesse sentido, o retrato final do Papa Francisco em sua morte é de um Papa "humano, demasiado humano", tal como foi Pedro, cujo trono ele ocupou de forma digna e imperfeita por 12 anos.
21.04.202512:47
https://strategic-culture.su/news/2025/03/29/quem-sera-proximo-papa-por-que-isso-importa/
Há poucas semanas eu escrevi para a Fundação Cultura Estratégica uma avaliação dos principais papáveis, bem como das circunstâncias políticas e geopolíticas de uma eleição papal no século XXI. O artigo torna-se hoje oportuno pela morte do Papa Francisco e a iminente eleição de um novo Papa.
Há poucas semanas eu escrevi para a Fundação Cultura Estratégica uma avaliação dos principais papáveis, bem como das circunstâncias políticas e geopolíticas de uma eleição papal no século XXI. O artigo torna-se hoje oportuno pela morte do Papa Francisco e a iminente eleição de um novo Papa.
19.04.202522:25
https://noticiabrasil.net.br/20250419/com-tregua-putin-sinaliza-a-disposicao-da-russia-em-desescalar-o-conflito-nota-analista-videos-39235026.html
Estive hoje na Sputnik para comentar sobre a trégua de Páscoa declarada por Vladimir Putin.
Estive hoje na Sputnik para comentar sobre a trégua de Páscoa declarada por Vladimir Putin.
17.04.202519:13
https://youtu.be/b4oQPsbE44M
É possível reformar as instituições brasileiras através dos meios legais previstos no nosso ordenamento jurídico? Ou o Brasil precisa de um "milagre" político?
É possível reformar as instituições brasileiras através dos meios legais previstos no nosso ordenamento jurídico? Ou o Brasil precisa de um "milagre" político?
16.04.202519:47
https://telegra.ph/Elei%C3%A7%C3%B5es-no-Equador-Chance-de-mudan%C3%A7a-04-16
Meu texto mais recente pra Fundação Cultura Estratégica abordou as eleições equatorianas. Mas infelizmente o Noboa venceu. Talvez por fraude.
Meu texto mais recente pra Fundação Cultura Estratégica abordou as eleições equatorianas. Mas infelizmente o Noboa venceu. Talvez por fraude.
23.04.202500:00
“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena?
Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu”. (Fernando Pessoa, Mar Português)
Hoje recordamos o Descobrimento do Brasil e para mim é irracional que a data de hoje não seja considerada feriado.
Pedro Álvares Cabral é um herói ímpar sem cujo gesto não existiríamos. Nenhum de nós, brasileiros, existiria se um punhado de homens não tivesse tido, há 525 anos, a coragem de singrar o imenso oceano em busca de um sonho.
Não há espaço para revisões e desconstruções dessa história.
Foi descobrimento sim, em um sentido literal, porque as Américas jaziam encobertas perante o resto do mundo. Enquanto Europa, Ásia e África conheciam-se e interagiam há milênios, a América jazia sob um véu, e foi graças a homens como Colombo e Cabral que a América apresentou-se perante os outros continentes do mundo.
Foi um ato heroico e glorioso, justificado por si mesmo, bem como pelo seu resultado: nós e nossa pátria. Os portugueses deram início a uma história que levou ao nascimento de um dos maiores Impérios do Hemisfério Sul. A grandiosidade e a glória justificam todas as coisas.
O problema, porém, é que a maioria das pessoas hoje (seja no Brasil ou na Europa) tem a alma pequena. E como alertou o Poeta, para os que têm a alma pequena, talvez o Descobrimento do Brasil não tenha valido a pena. Os mesquinhos vêm com suas lamúrias sobre o passado, sobre o que aconteceu e o que deveria ter acontecido, mas os lamurientos nada têm a oferecer além de melodrama.
A depender de gente dessa estirpe (que é a eterna estirpe de Efialtes) não teria havido Pirâmides, Muralha da China, Colosso de Rodes, a expedição de Alexandre, o Império Romano, as Cruzadas, etc., tudo aquilo sobre este mundo que é admirado por aqueles que não têm a alma pequena.
Enfim, Portugal veio e aqui nasceu um Império, um povo novo, uma nova cultura, uma nova civilização. Não respeitar isso está na equivalência dessa gente com problemas paternos que só Freud explica.
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena?
Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu”. (Fernando Pessoa, Mar Português)
Hoje recordamos o Descobrimento do Brasil e para mim é irracional que a data de hoje não seja considerada feriado.
Pedro Álvares Cabral é um herói ímpar sem cujo gesto não existiríamos. Nenhum de nós, brasileiros, existiria se um punhado de homens não tivesse tido, há 525 anos, a coragem de singrar o imenso oceano em busca de um sonho.
Não há espaço para revisões e desconstruções dessa história.
Foi descobrimento sim, em um sentido literal, porque as Américas jaziam encobertas perante o resto do mundo. Enquanto Europa, Ásia e África conheciam-se e interagiam há milênios, a América jazia sob um véu, e foi graças a homens como Colombo e Cabral que a América apresentou-se perante os outros continentes do mundo.
Foi um ato heroico e glorioso, justificado por si mesmo, bem como pelo seu resultado: nós e nossa pátria. Os portugueses deram início a uma história que levou ao nascimento de um dos maiores Impérios do Hemisfério Sul. A grandiosidade e a glória justificam todas as coisas.
O problema, porém, é que a maioria das pessoas hoje (seja no Brasil ou na Europa) tem a alma pequena. E como alertou o Poeta, para os que têm a alma pequena, talvez o Descobrimento do Brasil não tenha valido a pena. Os mesquinhos vêm com suas lamúrias sobre o passado, sobre o que aconteceu e o que deveria ter acontecido, mas os lamurientos nada têm a oferecer além de melodrama.
A depender de gente dessa estirpe (que é a eterna estirpe de Efialtes) não teria havido Pirâmides, Muralha da China, Colosso de Rodes, a expedição de Alexandre, o Império Romano, as Cruzadas, etc., tudo aquilo sobre este mundo que é admirado por aqueles que não têm a alma pequena.
Enfim, Portugal veio e aqui nasceu um Império, um povo novo, uma nova cultura, uma nova civilização. Não respeitar isso está na equivalência dessa gente com problemas paternos que só Freud explica.
21.04.202516:55
O Legado do Papa Francisco
Comentar sobre o Papa Francisco é complicado porque ele foi provavelmente o maior alvo de desinformação dentre os Papas do último século. Sim, em alguma medida mais até do que Pio XII e Bento XVI porque a desinformação contra Francisco às vezes assumia o tom de elogio e defesa (enquanto Pio XII e Bento XVI foram vítimas de difamação pura e simples).
Forças subversivas desejosas por se apropriar da autoridade papal, não raro colocavam palavras na boca do Papa, ou inventavam interpretações surreais e delirantes para os seus escritos e discursos. Do outro lado, também, os reacionários se acostumaram a teatralizar uma indignação permanente, com toda manifestação do Papa virando motivo para escândalo e drama.
Ao mesmo tempo, porém, o próprio Papa Francisco - extremamente midiático, adaptado à sociedade do espetáculo em sua era de virtualização - dava azo a ambiguidades com declarações e gestos confusos. Ademais, o fato de seus discursos não raro se assemelharem ao conteúdo de documentos oficiais da ONU e do Fórum de Davos no que concerne o ambientalismo oficial, o nomadismo cosmopolita, os direitos humanos, etc. (quase como se tentasse dar uma "leitura católica" dos fenômenos da pós-modernidade) também não ajudava.
A sua visão sobre a questão da imigração irrestrita parece inteiramente equivocada. Com um enfoque no sofrimento individual do imigrante, Francisco não visualizava que o estadista é como um pastor encarregado de cuidar das suas ovelhas, e que ele não pode sacrificar o seu próprio rebanho pela pretensão arrogante de salvar e se apropriar de todas as ovelhas do mundo (ainda mais, quando, do lado de fora da cerca, entre as ovelhas que aguardam, abundam lobos com pele de ovelha). O que Francisco demandava, portanto, era que os estadistas traíssem seus deveres e sacrificassem conscientemente seus próprios povos em nome da "humanidade".
A Encíclica Fratelli tutti não é outra coisa senão a consagração desse discurso etnomasoquista e contraproducente em uma era de imigração em massa, apesar de outros aspectos dela serem bastante pertinentes e verdadeiros, como a crítica da especulação financeira e a sujeição da propriedade privada ao bem comum e à dignidade humana. Ela vai tão longe quanto defender concepções de governança global para gerenciamento de pandemias na linha do que foi apregoado por Klaus Schwab, criticando ainda os "populistas" por seguirem seu próprio caminho.
Uma leitura humanista católica do imigracionismo teria dado mais ênfase nas causas e estaria menos preocupada com constranger e admoestar os países que padecem com a ameaça da substituição demográfica.
Não obstante, também na Fratelli tutti encontramos um bom documento sobre o diálogo interreligioso sem ecumenismo. Apesar do próprio Papa ter tido momentos controversos e ambíguos, como aquele que envolveu a Pachamama, ele também conduziu uma ambiciosa projeção que aproximou de forma inaudita a Igreja Católica da Igreja Ortodoxa e da Igreja Anglicana, levando às melhores e mais próximas relações com essas outras expressões da Cristandade em séculos.
Em relação a outros temas, o que se viu foi a fusão entre a ambiguidade ou ineficiência comunicacional do Papa e o oportunismo desinformador da mídia. Especialmente no que concerne a questão LGBT, o aborto e o divórcio, onde o Papa Francisco buscou (talvez não da maneira mais adequada) a aproximação com os "sofredores", mas sem realmente abandonar a doutrina católica em relação a esses tópicos.
A Encíclica Laudato si' foi um esforço extremamente interessante de construir as bases de um ambientalismo integral católico, que não exclui o homem (como se dá no ambientalismo niilista), pondo em cheque o comportamento parasitário e rapace das elites econômico-financeiras, que devastam o mundo em nome da acumulação de capital. Mas em sua construção ela pressupõe como dado o "consenso científico sobre o aquecimento global", cada vez mais questionável.
Comentar sobre o Papa Francisco é complicado porque ele foi provavelmente o maior alvo de desinformação dentre os Papas do último século. Sim, em alguma medida mais até do que Pio XII e Bento XVI porque a desinformação contra Francisco às vezes assumia o tom de elogio e defesa (enquanto Pio XII e Bento XVI foram vítimas de difamação pura e simples).
Forças subversivas desejosas por se apropriar da autoridade papal, não raro colocavam palavras na boca do Papa, ou inventavam interpretações surreais e delirantes para os seus escritos e discursos. Do outro lado, também, os reacionários se acostumaram a teatralizar uma indignação permanente, com toda manifestação do Papa virando motivo para escândalo e drama.
Ao mesmo tempo, porém, o próprio Papa Francisco - extremamente midiático, adaptado à sociedade do espetáculo em sua era de virtualização - dava azo a ambiguidades com declarações e gestos confusos. Ademais, o fato de seus discursos não raro se assemelharem ao conteúdo de documentos oficiais da ONU e do Fórum de Davos no que concerne o ambientalismo oficial, o nomadismo cosmopolita, os direitos humanos, etc. (quase como se tentasse dar uma "leitura católica" dos fenômenos da pós-modernidade) também não ajudava.
A sua visão sobre a questão da imigração irrestrita parece inteiramente equivocada. Com um enfoque no sofrimento individual do imigrante, Francisco não visualizava que o estadista é como um pastor encarregado de cuidar das suas ovelhas, e que ele não pode sacrificar o seu próprio rebanho pela pretensão arrogante de salvar e se apropriar de todas as ovelhas do mundo (ainda mais, quando, do lado de fora da cerca, entre as ovelhas que aguardam, abundam lobos com pele de ovelha). O que Francisco demandava, portanto, era que os estadistas traíssem seus deveres e sacrificassem conscientemente seus próprios povos em nome da "humanidade".
A Encíclica Fratelli tutti não é outra coisa senão a consagração desse discurso etnomasoquista e contraproducente em uma era de imigração em massa, apesar de outros aspectos dela serem bastante pertinentes e verdadeiros, como a crítica da especulação financeira e a sujeição da propriedade privada ao bem comum e à dignidade humana. Ela vai tão longe quanto defender concepções de governança global para gerenciamento de pandemias na linha do que foi apregoado por Klaus Schwab, criticando ainda os "populistas" por seguirem seu próprio caminho.
Uma leitura humanista católica do imigracionismo teria dado mais ênfase nas causas e estaria menos preocupada com constranger e admoestar os países que padecem com a ameaça da substituição demográfica.
Não obstante, também na Fratelli tutti encontramos um bom documento sobre o diálogo interreligioso sem ecumenismo. Apesar do próprio Papa ter tido momentos controversos e ambíguos, como aquele que envolveu a Pachamama, ele também conduziu uma ambiciosa projeção que aproximou de forma inaudita a Igreja Católica da Igreja Ortodoxa e da Igreja Anglicana, levando às melhores e mais próximas relações com essas outras expressões da Cristandade em séculos.
Em relação a outros temas, o que se viu foi a fusão entre a ambiguidade ou ineficiência comunicacional do Papa e o oportunismo desinformador da mídia. Especialmente no que concerne a questão LGBT, o aborto e o divórcio, onde o Papa Francisco buscou (talvez não da maneira mais adequada) a aproximação com os "sofredores", mas sem realmente abandonar a doutrina católica em relação a esses tópicos.
A Encíclica Laudato si' foi um esforço extremamente interessante de construir as bases de um ambientalismo integral católico, que não exclui o homem (como se dá no ambientalismo niilista), pondo em cheque o comportamento parasitário e rapace das elites econômico-financeiras, que devastam o mundo em nome da acumulação de capital. Mas em sua construção ela pressupõe como dado o "consenso científico sobre o aquecimento global", cada vez mais questionável.


20.04.202523:36
Hoje foi aniversário de 19 anos da Bellinha, cadela dos meus pais e "guardiã" da família há quase 2 décadas.
(Hoje em dia só dorme).
(Hoje em dia só dorme).
19.04.202514:42
Hoje recordamos o natalício do augusto e bendito ditador e presidente Getúlio Vargas, Pai da Pátria e Grande Chefe do Brasil.
Nascido na fronteira, qual centauro do Pampa gaúcho, ele marchou sobre a Capital para defenestrar dos alcáceres governamentais os rufiões apátridas que nos parasitavam.
Movido por uma intensa vontade de poder, tomou de assalto a nação como herói nietzscheano para corrigi-la e dirigi-la com mão de ferro. E a massa brasileira, perpetuamente órfã, o amou como um Pai redescoberto.
Qual tribuno da plebe de graquiana memória, se interpôs entre o povo e os patrícios da oligarquia compradora, para impor a justiça social sob a ameaça da espada.
As nações, como sabem os que superaram a ingenuidade, não brotam da natureza e não surgem por si mesmas. Elas são construídas pela força e pela vontade, e foi Vargas quem construiu o Brasil.
Antes dele, o Brasil existia apenas potencialmente, apenas como possibilidade. Ele transformou a potência em ato através da ousadia (virtude tão rara entre os brasileiros, mas comum entre os gaúchos) de romper com o legalismo liberal para encarnar ele próprio, em sua personalidade augusta, a soberania.
A própria imagem do César brasileiro, transformou um amontoado de províncias em uma República Imperial e converteu o emaranhado de indivíduos atomizados da Velha República num povo unificado pela projeção num horizonte glorioso.
Também como o saudoso Caio Júlio César, foi maximamente clemente com todos os seus inimigos e eventualmente traído por seus amigos.
Décadas depois ele não só ainda não foi superado, mas também não encontramos um só líder, ao longo do percurso nacional, que merecesse até mesmo lustrar seu coturno.
Recordamos sua efígie, portanto, não por mera nostalgia, mas no anseio de por meio da celebração dessa memória comover o Empíreo para que ele nos envie uma vez mais um Grande Chefe à altura das hercúleas tarefas que se antepõem diante da nação - e perante as quais o povo brasileiro triunfará ou perecerá.
Viva Vargas!
Viva o Estado Novo!
Nascido na fronteira, qual centauro do Pampa gaúcho, ele marchou sobre a Capital para defenestrar dos alcáceres governamentais os rufiões apátridas que nos parasitavam.
Movido por uma intensa vontade de poder, tomou de assalto a nação como herói nietzscheano para corrigi-la e dirigi-la com mão de ferro. E a massa brasileira, perpetuamente órfã, o amou como um Pai redescoberto.
Qual tribuno da plebe de graquiana memória, se interpôs entre o povo e os patrícios da oligarquia compradora, para impor a justiça social sob a ameaça da espada.
As nações, como sabem os que superaram a ingenuidade, não brotam da natureza e não surgem por si mesmas. Elas são construídas pela força e pela vontade, e foi Vargas quem construiu o Brasil.
Antes dele, o Brasil existia apenas potencialmente, apenas como possibilidade. Ele transformou a potência em ato através da ousadia (virtude tão rara entre os brasileiros, mas comum entre os gaúchos) de romper com o legalismo liberal para encarnar ele próprio, em sua personalidade augusta, a soberania.
A própria imagem do César brasileiro, transformou um amontoado de províncias em uma República Imperial e converteu o emaranhado de indivíduos atomizados da Velha República num povo unificado pela projeção num horizonte glorioso.
Também como o saudoso Caio Júlio César, foi maximamente clemente com todos os seus inimigos e eventualmente traído por seus amigos.
Décadas depois ele não só ainda não foi superado, mas também não encontramos um só líder, ao longo do percurso nacional, que merecesse até mesmo lustrar seu coturno.
Recordamos sua efígie, portanto, não por mera nostalgia, mas no anseio de por meio da celebração dessa memória comover o Empíreo para que ele nos envie uma vez mais um Grande Chefe à altura das hercúleas tarefas que se antepõem diante da nação - e perante as quais o povo brasileiro triunfará ou perecerá.
Viva Vargas!
Viva o Estado Novo!
17.04.202516:39
https://www.dailymotion.com/video/x9i0y1g
Fui ontem à Telesur para comentar sobre a intensificação da guerra civil no Sudão.
Fui ontem à Telesur para comentar sobre a intensificação da guerra civil no Sudão.
16.04.202518:14
https://youtu.be/pvwIxlQ11IA
Quer comprar algo no crédito? Precisa de dinheiro para abrir um negócio? Quer alugar um imóvel? Você precisa ter um "score", do contrário nada feito. E já há empresas contratando, bem como instituições públicas reprovando concurseiros com base nisso.
Quer comprar algo no crédito? Precisa de dinheiro para abrir um negócio? Quer alugar um imóvel? Você precisa ter um "score", do contrário nada feito. E já há empresas contratando, bem como instituições públicas reprovando concurseiros com base nisso.
22.04.202520:51
https://www.youtube.com/watch?v=snzyQ5yVPFQ
Quem são os cardeais mais renomados e mais mencionados nos debates sobre a eleição papal e quais são os desafios atuais que o próximo Papa teria que enfrentar?
Quem são os cardeais mais renomados e mais mencionados nos debates sobre a eleição papal e quais são os desafios atuais que o próximo Papa teria que enfrentar?
21.04.202514:26
Como está todo mundo comentando sobre os seus papáveis favoritos ou mais prováveis, eu vou colocar meu dinheiro no nome de Pietro Parolin.
Depois de Francisco, me parece que o Vaticano precisa de um "Papa cinzento", um homem do "Centrão" da Igreja, com capacidade para navegar entre conservadores e progressistas. Parolin seria o homem para isso por representar o justo meio termo entre as posições de um Francisco e de cardeais como Sarah ou Müller.
A importância disso estaria precisamente em impedir um cisma em um momento extremamente delicado para a Igreja Católica. Um novo Papa "progressista" (e as opções disponíveis parecem ser ainda mais progressistas do que era Bergoglio) agitaria o Mundo Católico na direção de um profundo conflito que poderia, sim, culminar em uma fragmentação da Igreja.
Uma alternância imediata, por sua vez, para um Papa conservador poderia ser vista como uma mudança radical e repentina demais, também apta a gerar fragmentação interna - especialmente considerando que Francisco sucedeu a Bento XVI. Um Papa "cinzento", um burocrata moderado com pontes nos dois "partidos" do Vaticano seria a opção mais adequada.
Ou qualquer outra figura que represente precisamente esse espírito de um "Centrão" capaz de reconciliar as facções da Igreja, e há nomes do tipo como o Cardeal Pierbattista Pizzaballa. Na preferência por um giro não radical na direção conservadora, opções que poderiam desempenhar função semelhante seriam as dos cardeais Erdo e Eijk.
Não obstante, Parolin é ainda a opção mais interessante por motivos externos à Igreja. Ele é o Lavrov do Vaticano, provavelmente o maior diplomata que a Igreja já teve nos últimos 100 anos, está plenamente consciente da inevitabilidade da multipolaridade e a sua estratégia se fundamenta precisamente em transformar o Vaticano em um ator relevante em uma ordem multipolar. É praticamente um novo Richelieu.
Ele navega com tranquilidade em Moscou e Pequim, possui boas relações em Caracas, dialoga tranquilamente com as lideranças muçulmanas e é suficientemente pragmático para garantir os interesses geopolíticos da Igreja em todas as relações com outros países.
Por isso eu diria que Parolin cumpre, resumindo, dois objetivos fundamentais no século XXI: 1) Manter a Igreja unificada; 2) Garantir a relevância do Vaticano na nova ordem multipolar.
Depois de Francisco, me parece que o Vaticano precisa de um "Papa cinzento", um homem do "Centrão" da Igreja, com capacidade para navegar entre conservadores e progressistas. Parolin seria o homem para isso por representar o justo meio termo entre as posições de um Francisco e de cardeais como Sarah ou Müller.
A importância disso estaria precisamente em impedir um cisma em um momento extremamente delicado para a Igreja Católica. Um novo Papa "progressista" (e as opções disponíveis parecem ser ainda mais progressistas do que era Bergoglio) agitaria o Mundo Católico na direção de um profundo conflito que poderia, sim, culminar em uma fragmentação da Igreja.
Uma alternância imediata, por sua vez, para um Papa conservador poderia ser vista como uma mudança radical e repentina demais, também apta a gerar fragmentação interna - especialmente considerando que Francisco sucedeu a Bento XVI. Um Papa "cinzento", um burocrata moderado com pontes nos dois "partidos" do Vaticano seria a opção mais adequada.
Ou qualquer outra figura que represente precisamente esse espírito de um "Centrão" capaz de reconciliar as facções da Igreja, e há nomes do tipo como o Cardeal Pierbattista Pizzaballa. Na preferência por um giro não radical na direção conservadora, opções que poderiam desempenhar função semelhante seriam as dos cardeais Erdo e Eijk.
Não obstante, Parolin é ainda a opção mais interessante por motivos externos à Igreja. Ele é o Lavrov do Vaticano, provavelmente o maior diplomata que a Igreja já teve nos últimos 100 anos, está plenamente consciente da inevitabilidade da multipolaridade e a sua estratégia se fundamenta precisamente em transformar o Vaticano em um ator relevante em uma ordem multipolar. É praticamente um novo Richelieu.
Ele navega com tranquilidade em Moscou e Pequim, possui boas relações em Caracas, dialoga tranquilamente com as lideranças muçulmanas e é suficientemente pragmático para garantir os interesses geopolíticos da Igreja em todas as relações com outros países.
Por isso eu diria que Parolin cumpre, resumindo, dois objetivos fundamentais no século XXI: 1) Manter a Igreja unificada; 2) Garantir a relevância do Vaticano na nova ordem multipolar.
20.04.202516:10
Dias atrás eu comentava sobre a ingenuidade daqueles que acreditam na neutralidade da tecnologia e que não conseguem conceber que a "evolução técnica" sempre implica certas perdas e pioras.
Esse livro aqui, O Homem na Era da Televisão, de Jean-Jacques Wunenburguer é um bom antídoto contra essa puerilidade tecnófila.
O autor ergue um edifício de argumentos para demonstrar que a televisão acarreta uma série de ônus civilizacionais que independem de seu conteúdo. Ou seja, ele defende e demonstra que as próprias características técnicas e materiais intrínsecas à televisão já implicam consequências duvidosas para o ser humano.
Assim, o problema da televisão não seria inicialmente em si um problema do "capitalismo", ainda que ele o agrave em parte.
A título de exemplo, o autor aponta para o fato de que no arranjo mobiliário doméstico a televisão ocupou o espaço central no cômodo dedicado à convivência familiar, à sala, tornando-se o seu centro e foco dos olhares de todos. Isso, somado ao efeito narcótico das sucessões de imagens e do bombardeio emocional, favorece a atomização social.
Ele descreve, também, como a televisão coloca o espectador em um estado de relaxamento (sentado/recostado, relaxado, tranquilo, olhos entreabertos) semelhante ao das cerimônias religiosas, das sessões de hipnotismo e dos rituais xamânicos. Em outras palavras, o telespectador é fisicamente disposto de forma a torná-lo mais sugestionável.
E, de fato, o enfoque da TV na imagem dá maior credibilidade ao seu conteúdo em comparação com a mera palavra falada ou escrita, mesmo que não se possa demonstrar jamais a confiabilidade de qualquer imagem exibida na tela. O tema da baixa confiabilidade das imagens, aliás, é um dos principais do livro. Toda foto ou vídeo é sempre uma perspectiva parcial (e não é incomum que a TV reutilize imagens e vídeos antigos, de outros contextos, para situações novas).
Ele demonstra como o formato da TV e sua necessidade de agradar ao maior número possível a empurra na direção de transformar toda transmissão em um espetáculo, mastigando, simplificando e estereotipando cada informação que ela busca transmitir. O meio em si não se presta ao aprofundamento.
Questiona-se, inclusive, o possível "uso cultural" da TV. Primeiro porque a imagem distrai em relação ao conteúdo. Segundo porque a necessária constância repetitiva de transmissões está na contramão do silêncio, da pausa, necessários para a absorção daquilo que foi aprendido. O teatro grego, por exemplo, conhece um início e um fim claros. A TV, com suas transmissões 24h, com 3-4 novelas, 1-2 filmes, 1-2 séries (e isso na TV aberta) todos os dias não se presta à reflexão pós-espetáculo porque não permite o silêncio.
Nada disso muda necessariamente com a modificação do sistema político ou econômico, porque tudo isso está atrelado à própria estrutura da TV e a como a sua tecnologia demanda que seus programas se organizem de formas bastante específicas.
Mais para o final o autor comenta (de uma forma que recorda Guénon) que cada avanço tecnológico sempre implica determinadas perdas e ônus (ele menciona o carro e a sua poluição), e que seria ingenuidade não entender que com a TV se passaria o mesmo.
Esse livro aqui, O Homem na Era da Televisão, de Jean-Jacques Wunenburguer é um bom antídoto contra essa puerilidade tecnófila.
O autor ergue um edifício de argumentos para demonstrar que a televisão acarreta uma série de ônus civilizacionais que independem de seu conteúdo. Ou seja, ele defende e demonstra que as próprias características técnicas e materiais intrínsecas à televisão já implicam consequências duvidosas para o ser humano.
Assim, o problema da televisão não seria inicialmente em si um problema do "capitalismo", ainda que ele o agrave em parte.
A título de exemplo, o autor aponta para o fato de que no arranjo mobiliário doméstico a televisão ocupou o espaço central no cômodo dedicado à convivência familiar, à sala, tornando-se o seu centro e foco dos olhares de todos. Isso, somado ao efeito narcótico das sucessões de imagens e do bombardeio emocional, favorece a atomização social.
Ele descreve, também, como a televisão coloca o espectador em um estado de relaxamento (sentado/recostado, relaxado, tranquilo, olhos entreabertos) semelhante ao das cerimônias religiosas, das sessões de hipnotismo e dos rituais xamânicos. Em outras palavras, o telespectador é fisicamente disposto de forma a torná-lo mais sugestionável.
E, de fato, o enfoque da TV na imagem dá maior credibilidade ao seu conteúdo em comparação com a mera palavra falada ou escrita, mesmo que não se possa demonstrar jamais a confiabilidade de qualquer imagem exibida na tela. O tema da baixa confiabilidade das imagens, aliás, é um dos principais do livro. Toda foto ou vídeo é sempre uma perspectiva parcial (e não é incomum que a TV reutilize imagens e vídeos antigos, de outros contextos, para situações novas).
Ele demonstra como o formato da TV e sua necessidade de agradar ao maior número possível a empurra na direção de transformar toda transmissão em um espetáculo, mastigando, simplificando e estereotipando cada informação que ela busca transmitir. O meio em si não se presta ao aprofundamento.
Questiona-se, inclusive, o possível "uso cultural" da TV. Primeiro porque a imagem distrai em relação ao conteúdo. Segundo porque a necessária constância repetitiva de transmissões está na contramão do silêncio, da pausa, necessários para a absorção daquilo que foi aprendido. O teatro grego, por exemplo, conhece um início e um fim claros. A TV, com suas transmissões 24h, com 3-4 novelas, 1-2 filmes, 1-2 séries (e isso na TV aberta) todos os dias não se presta à reflexão pós-espetáculo porque não permite o silêncio.
Nada disso muda necessariamente com a modificação do sistema político ou econômico, porque tudo isso está atrelado à própria estrutura da TV e a como a sua tecnologia demanda que seus programas se organizem de formas bastante específicas.
Mais para o final o autor comenta (de uma forma que recorda Guénon) que cada avanço tecnológico sempre implica determinadas perdas e ônus (ele menciona o carro e a sua poluição), e que seria ingenuidade não entender que com a TV se passaria o mesmo.
19.04.202513:58
Há alguns dias, um jovem português foi esfaqueado até a morte por uma gangue de brasileiros em um bar em Braga. O caso deu-se, aparentemente, porque o rapaz percebeu que os brasileiros estavam dopando bebidas de moças e tentou impedi-los.
Casos como este, que não são isolados, explicam com toda a tranquilidade do mundo o porquê dos portugueses estarem cansados da imigração em geral, incluindo aí a brasileira. E nem sempre foi assim. Quem foi a Portugal (para visitar ou morar) até o início do novo milênio sabe que a receptividade era muito melhor.
Em primeiro lugar, de um modo geral, não estamos "exportando" os melhores do nosso povo. Muitas vezes dá-se o oposto e particularmente em Portugal parece que é isso que tem acontecido. Migrar para Portugal virou "moda" para brasileiros sem conhecimento de outros idiomas. É, caracteristicamente, uma emigração de baixa qualidade.
Em segundo lugar, "patriotas" deveriam pensar duas vezes antes de se indignarem com os portugueses que estão cansados da presença brasileira em seu país. Não é de bom tom se solidarizar com gente que definitivamente não gostaríamos de ter como vizinhos. Esses brasileiros em Portugal são os mesmos malacos barulhentos, berradores, indecentes, inoportunos e, ocasionalmente, marginais, que consideramos insuportáveis e dos quais reclamamos quando somos forçados a coexistir.
Essa noção do "nacionalismo" e do "patriotismo" como defesa, aceitação e aprovação de tudo que é "nacional" pelo mero fato de ser "nacional" é, na prática, a fórmula perfeita para que o Brasil permaneça fadado à mediocridade e à indigência.
O nacionalismo é como a jardinagem. O nacionalista deve ser como um jardineiro diligente que com sua tesoura arranca e extirpa as ervas daninhas e poda os arbustos e árvores para que belas flores possam florescer.
O nacionalismo deve ser como um bisturi, usado para cortar as gangrenas nacionais (e as células causadoras dessas gangrenas); se necessário, até mesmo amputando membros para salvar o corpo.
O amor pela nação deve ser masculino, ou seja, impiedoso. Ele deve separar o joio do trigo, elevar o bom e destruir o mal, depurar a mixórdia nacional para purificar o país e torná-lo digno de um futuro grandioso.
De resto, sinceramente, considerando as circunstâncias e o quanto os brasileiros no exterior têm envergonhado nosso país, nem mesmo pestanejarei quando quiserem deportar a maioria.
Os criminosos brasileiros, porém, particularmente dispenso. Podem deportar para o espaço, para o meio do oceano...ou bem, fazer um acordo para mandá-los para os reformatórios humanistas do Nayib Bukele.
Casos como este, que não são isolados, explicam com toda a tranquilidade do mundo o porquê dos portugueses estarem cansados da imigração em geral, incluindo aí a brasileira. E nem sempre foi assim. Quem foi a Portugal (para visitar ou morar) até o início do novo milênio sabe que a receptividade era muito melhor.
Em primeiro lugar, de um modo geral, não estamos "exportando" os melhores do nosso povo. Muitas vezes dá-se o oposto e particularmente em Portugal parece que é isso que tem acontecido. Migrar para Portugal virou "moda" para brasileiros sem conhecimento de outros idiomas. É, caracteristicamente, uma emigração de baixa qualidade.
Em segundo lugar, "patriotas" deveriam pensar duas vezes antes de se indignarem com os portugueses que estão cansados da presença brasileira em seu país. Não é de bom tom se solidarizar com gente que definitivamente não gostaríamos de ter como vizinhos. Esses brasileiros em Portugal são os mesmos malacos barulhentos, berradores, indecentes, inoportunos e, ocasionalmente, marginais, que consideramos insuportáveis e dos quais reclamamos quando somos forçados a coexistir.
Essa noção do "nacionalismo" e do "patriotismo" como defesa, aceitação e aprovação de tudo que é "nacional" pelo mero fato de ser "nacional" é, na prática, a fórmula perfeita para que o Brasil permaneça fadado à mediocridade e à indigência.
O nacionalismo é como a jardinagem. O nacionalista deve ser como um jardineiro diligente que com sua tesoura arranca e extirpa as ervas daninhas e poda os arbustos e árvores para que belas flores possam florescer.
O nacionalismo deve ser como um bisturi, usado para cortar as gangrenas nacionais (e as células causadoras dessas gangrenas); se necessário, até mesmo amputando membros para salvar o corpo.
O amor pela nação deve ser masculino, ou seja, impiedoso. Ele deve separar o joio do trigo, elevar o bom e destruir o mal, depurar a mixórdia nacional para purificar o país e torná-lo digno de um futuro grandioso.
De resto, sinceramente, considerando as circunstâncias e o quanto os brasileiros no exterior têm envergonhado nosso país, nem mesmo pestanejarei quando quiserem deportar a maioria.
Os criminosos brasileiros, porém, particularmente dispenso. Podem deportar para o espaço, para o meio do oceano...ou bem, fazer um acordo para mandá-los para os reformatórios humanistas do Nayib Bukele.
17.04.202501:39
Mentalidade Revolucionária: Um Conceito Inútil
Um dos conceitos olavianos mais típicos é o da "mentalidade revolucionária", que Olavo de Carvalho define como "o estado de espírito, permanente ou transitório, no qual um indivíduo ou grupo se crê habilitado a remoldar o conjunto da sociedade [...] por meio da ação política; e acredita que, como agente ou portador de um futuro melhor, está acima de todo julgamento pela humanidade presente ou passada, só tendo satisfações a prestar ao 'tribunal da História'."
Segundo Olavo, tal "mentalidade" seria a grande responsável pela maioria dos genocídios dos últimos séculos, e seria, ademais, dada à construção de formas totalitárias de governo. Independentemente de seu conteúdo ideológico, essa própria mentalidade em si, ao visar remodelar a ordem política e a vida humana, seria nefasta e tirânica.
Com base nesse conceito, Olavo dizia existir algo como um "movimento revolucionário", o qual seria o motor das "revoluções", lidas como algo genérico e indistinto, com finalidades necessariamente expansionistas e universalistas.
De imediato, o conceito se mostra pueril e inútil.
Em primeiro lugar, uma "revolução" é tão somente um "retorno". O vocábulo nasce na astronomia para designar o movimento de rotação e passa a ter uma significação mais ampla de "mudança recorrente" ou de "transformação súbita" no século XV.
Em segundo lugar, a descrição dada sobre a suposta "mentalidade revolucionária" é inútil porque serve basicamente para designar toda posição política iliberal sustentada no planeta desde Platão - filósofo que, como se sabe, almejava (entre outras coisas) precisamente "remoldar o conjunto da sociedade". De Platão em diante, boa parte dos principais filósofos que se dispuseram a escrever sobre política padeciam, por essa definição, de uma "mentalidade revolucionária". Só não tentaram implementar a sua "revolução" aqueles que não tinham ao alcance os meios para isso, mas todos eles expressaram seu desejo por reformar o homem e remodelar a sociedade.
Temos, então, como "revolucionários genocidas" diante de nós não apenas Platão, Aristóteles e Juliano, ou bem antes deles, já Licurgo, mas também uma série de autores medievais, São Thomas More, Tommaso Campanella, os jesuítas e suas missões no sul do Brasil, a Doutrina Social da Igreja, e assim por diante. Necessário, demais, apontar que nessa "mentalidade" deveriam ser, também, enquadrados personagens como os "Founding Fathers" dos EUA e Oliver Cromwell, figuras categoricamente milenaristas, imbuídas de delírios messiânicos e utopistas que visavam não apenas remodelar suas sociedades, mas também manipular a natureza humana. Mas imagino que Olavo de Carvalho preferia ignorar isso.
Chama a atenção, ademais, o fato de que a descrição dada por Olavo não se aplica a boa parte das revoluções ocorridas ao longo da história, desde a Antiguidade e do Medievo (onde, sim, houve revoluções e revolucionários). Tomemos, por exemplo, a Revolução Iraniana que visava, objetivamente, uma remodelação total da ordem social, mas não resultou em qualquer totalitarismo ou em qualquer genocídio, tampouco possui pretensões universalistas.
O que fica bastante claro, porém, é que de modo geral só não está acometido pela "mentalidade revolucionária" quem é liberal e vive em uma sociedade liberal. Nesse sentido, o conceito olaviano parece um plágio adaptado da distinção "sociedade aberta x sociedade fechada" de Karl Popper. Haveria um vínculo claro entre a "mentalidade revolucionária" e a emergência de "sociedades fechadas" como sua consequência.
E toda a descrição dessa mentalidade, bem como aquilo que é oferecido em contraposição a essa mentalidade, não vai além do liberalismo. Para não ser um "revolucionário", portanto, basta ser um conformista ou alguém que crê que a função da política é apenas preservar uns quantos "direitos naturais" e discutir miudezas quotidianas.
Um dos conceitos olavianos mais típicos é o da "mentalidade revolucionária", que Olavo de Carvalho define como "o estado de espírito, permanente ou transitório, no qual um indivíduo ou grupo se crê habilitado a remoldar o conjunto da sociedade [...] por meio da ação política; e acredita que, como agente ou portador de um futuro melhor, está acima de todo julgamento pela humanidade presente ou passada, só tendo satisfações a prestar ao 'tribunal da História'."
Segundo Olavo, tal "mentalidade" seria a grande responsável pela maioria dos genocídios dos últimos séculos, e seria, ademais, dada à construção de formas totalitárias de governo. Independentemente de seu conteúdo ideológico, essa própria mentalidade em si, ao visar remodelar a ordem política e a vida humana, seria nefasta e tirânica.
Com base nesse conceito, Olavo dizia existir algo como um "movimento revolucionário", o qual seria o motor das "revoluções", lidas como algo genérico e indistinto, com finalidades necessariamente expansionistas e universalistas.
De imediato, o conceito se mostra pueril e inútil.
Em primeiro lugar, uma "revolução" é tão somente um "retorno". O vocábulo nasce na astronomia para designar o movimento de rotação e passa a ter uma significação mais ampla de "mudança recorrente" ou de "transformação súbita" no século XV.
Em segundo lugar, a descrição dada sobre a suposta "mentalidade revolucionária" é inútil porque serve basicamente para designar toda posição política iliberal sustentada no planeta desde Platão - filósofo que, como se sabe, almejava (entre outras coisas) precisamente "remoldar o conjunto da sociedade". De Platão em diante, boa parte dos principais filósofos que se dispuseram a escrever sobre política padeciam, por essa definição, de uma "mentalidade revolucionária". Só não tentaram implementar a sua "revolução" aqueles que não tinham ao alcance os meios para isso, mas todos eles expressaram seu desejo por reformar o homem e remodelar a sociedade.
Temos, então, como "revolucionários genocidas" diante de nós não apenas Platão, Aristóteles e Juliano, ou bem antes deles, já Licurgo, mas também uma série de autores medievais, São Thomas More, Tommaso Campanella, os jesuítas e suas missões no sul do Brasil, a Doutrina Social da Igreja, e assim por diante. Necessário, demais, apontar que nessa "mentalidade" deveriam ser, também, enquadrados personagens como os "Founding Fathers" dos EUA e Oliver Cromwell, figuras categoricamente milenaristas, imbuídas de delírios messiânicos e utopistas que visavam não apenas remodelar suas sociedades, mas também manipular a natureza humana. Mas imagino que Olavo de Carvalho preferia ignorar isso.
Chama a atenção, ademais, o fato de que a descrição dada por Olavo não se aplica a boa parte das revoluções ocorridas ao longo da história, desde a Antiguidade e do Medievo (onde, sim, houve revoluções e revolucionários). Tomemos, por exemplo, a Revolução Iraniana que visava, objetivamente, uma remodelação total da ordem social, mas não resultou em qualquer totalitarismo ou em qualquer genocídio, tampouco possui pretensões universalistas.
O que fica bastante claro, porém, é que de modo geral só não está acometido pela "mentalidade revolucionária" quem é liberal e vive em uma sociedade liberal. Nesse sentido, o conceito olaviano parece um plágio adaptado da distinção "sociedade aberta x sociedade fechada" de Karl Popper. Haveria um vínculo claro entre a "mentalidade revolucionária" e a emergência de "sociedades fechadas" como sua consequência.
E toda a descrição dessa mentalidade, bem como aquilo que é oferecido em contraposição a essa mentalidade, não vai além do liberalismo. Para não ser um "revolucionário", portanto, basta ser um conformista ou alguém que crê que a função da política é apenas preservar uns quantos "direitos naturais" e discutir miudezas quotidianas.
16.04.202516:42
Aos que reclamam da China comprar portos ou terras no Brasil eu retruco:
É só não vender.
É só não vender.
21.04.202518:05
https://youtu.be/FsQ80_ljI0U
Que legado deixou o recém-falecido Papa Francisco e quais foram os seus méritos e deméritos?
Que legado deixou o recém-falecido Papa Francisco e quais foram os seus méritos e deméritos?
21.04.202512:48
Desejo pêsames aos camaradas e confrades católicos pela morte do Papa Francisco, pilar do Mundo Católico e uma figura contraditória, fascinante e honesta no panorama mundial.


20.04.202516:10
18.04.202516:55
https://www.youtube.com/watch?v=Rg5LWGvYz6c
Qual é a conexão entre o "Batman" e a mitologia maia? Em que medida o "Batman" pode ser lido tanto a partir da alquimia quanto a partir da "jornada do herói"? E, finalmente, de que forma a obra de Frank Miller ressignifica o mito do Homem-Morcego?
Qual é a conexão entre o "Batman" e a mitologia maia? Em que medida o "Batman" pode ser lido tanto a partir da alquimia quanto a partir da "jornada do herói"? E, finalmente, de que forma a obra de Frank Miller ressignifica o mito do Homem-Morcego?
17.04.202501:39
Mais do que descrição científica, portanto, esse conceito de "mentalidade revolucionária" mais parece um slogan de mobilização, cuja finalidade seria traçar uma distinção mais clara entre liberais (assim definidos como os conformados com a ordem liberal) e antiliberais, tomados todos indistintamente como potencialmente genocidas.
16.04.202515:41
O filósofo da religião tem um dos encargos mais difíceis da filosofia, que é o de traduzir a experiência do sagrado para o discurso racional. Não por acaso, toda obra interessante que aborda esse tema acaba sendo intrincada.
No caso dessa obra do Bataille, vou ressaltar como interessante a abordagem que ele faz da passagem da experiência animal para a experiência humana, a primeira caracterizada por uma continuidade indistinta entre o "eu" e o "mundo", e a segunda emergindo a partir do momento em que o proto-homem cria uma ferramenta e inaugura a distinção sujeito/objeto.
De maneira perspicaz, ainda que criticável, ele atrela o início da religião propriamente dita a essa construção de um "mundo objetivo" separado do "eu" e interpreta os ritos religiosos básicos, como o "sacrifício", como sendo maneiras de restaurar uma intimidade primordial que o homem encontrava na animalidade, ao retirar o animal do status de "coisa" e "desperdiçá-lo" gratuitamente na execução ritual.
Mais interessante ainda é como ele descreve a desvalorização das "obras" (ou seja, o nascimento do protestantismo) na aurora do mundo industrial como uma tentativa de "purificar" o sagrado por sua "descoisificação"; mas o resultado dessa tentativa de purificação não é senão a dessacralização do mundo e, com isso, a sua disponibilização para a exploração irrestrita e para a acumulação ilimitada.
O Mircea Eliade, porém, fez algumas críticas a essa tese de Bataille, questionando especificamente a concepção batailleana de que o "Deus supremo" seria uma construção tardia. Eliade apontou que, na verdade, as primeiras concepções religiosas já dispõem de uma figura divina com características absolutas, ainda que ele fosse menos "distinto" que a figura tardia de um Deus pessoal e moral. A descrição que Cassirer faz do nascimento do "mito" vai na mesma direção.
No caso dessa obra do Bataille, vou ressaltar como interessante a abordagem que ele faz da passagem da experiência animal para a experiência humana, a primeira caracterizada por uma continuidade indistinta entre o "eu" e o "mundo", e a segunda emergindo a partir do momento em que o proto-homem cria uma ferramenta e inaugura a distinção sujeito/objeto.
De maneira perspicaz, ainda que criticável, ele atrela o início da religião propriamente dita a essa construção de um "mundo objetivo" separado do "eu" e interpreta os ritos religiosos básicos, como o "sacrifício", como sendo maneiras de restaurar uma intimidade primordial que o homem encontrava na animalidade, ao retirar o animal do status de "coisa" e "desperdiçá-lo" gratuitamente na execução ritual.
Mais interessante ainda é como ele descreve a desvalorização das "obras" (ou seja, o nascimento do protestantismo) na aurora do mundo industrial como uma tentativa de "purificar" o sagrado por sua "descoisificação"; mas o resultado dessa tentativa de purificação não é senão a dessacralização do mundo e, com isso, a sua disponibilização para a exploração irrestrita e para a acumulação ilimitada.
O Mircea Eliade, porém, fez algumas críticas a essa tese de Bataille, questionando especificamente a concepção batailleana de que o "Deus supremo" seria uma construção tardia. Eliade apontou que, na verdade, as primeiras concepções religiosas já dispõem de uma figura divina com características absolutas, ainda que ele fosse menos "distinto" que a figura tardia de um Deus pessoal e moral. A descrição que Cassirer faz do nascimento do "mito" vai na mesma direção.
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