🎙Trechos da entrevista do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia, Sergey Lavrov, ao Perviy Kanal (Moscou, 25 de março de 2025)
💬 Sergey Lavrov: As negociações em Riade terminaram com o facto de os resultados preliminares que foram alcançados serem agora comunicados ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, e ao presidente dos EUA, Donald Trump. Em primeiro lugar, foram discutidas questões de navegação segura no Mar Negro.
Esta não é a primeira tentativa. A primeira tentativa foi em julho de 2022. <...>
O Ocidente fez tudo para proteger a Ucrânia tanto quanto possível e punir a Federação da Rússia tanto quanto possível.
Portanto, quando o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, um ano depois daquela “iniciativa do Mar Negro”, levantou as mãos e disse que nada estava a resultar para ele, dissemos que quando ele tiver sucesso, então vamos voltar a este acordo. Simplesmente saímos da parte ucraniana, que foi aprovada por um ano. O ano acabou. Não renovamos este acordo. <...>
Portanto, agora os nossos negociadores em Riade, nomeados pelo Presidente da Rússia Vladimir Putin, lembraram aos seus colegas americanos toda esta história e disseram que, tendo em conta o “histórico” da própria Ucrânia e de toda a “história do Mar Negro”, gostaríamos que desta vez não houvesse ambiguidades. <...>
☝️ Agora precisamos de garantias e mecanismos mais claros, específicos e verificáveis.
Como o Presidente Vladimir Putin disse numa conferência de imprensa com o Presidente da Bielorrússia Alexander Lukashenko há alguns dias, ele defende a iniciativa do Presidente dos EUA, Donald Trump, de declarar uma trégua de 30 dias, e não apenas uma moratória sobre ataques a infra-estruturas energéticas ou marítimas no Mar Negro - mas em geral uma trégua de trinta dias. Ele disse que somos a favor. Mas dada a extensão desta linha, a capacidade dos “militares” ucranianos de criar provocações... <...>
Precisaremos de garantias claras. Considerando a triste experiência dos acordos com Kiev, as garantias podem ser apenas o resultado de uma ordem de Washington a Zelensky e à sua “equipa” para fazer isto e não de outra forma.
Parece-me que os nossos parceiros americanos captaram este sinal.
👎 A Europa seguiu agora um caminho completamente diferente. Ela, como nos tempos de Napoleão, Hitler, durante a Guerra da Crimeia, está mostrando outra “agilidade” para infligir “derrota estratégica” ao nosso país. <...>
Agora, a Europa, liderada pela Alemanha, começando por Ursula von der Leyen, começa a considerar seriamente a questão da remilitarização por fabulosas centenas de milhares de milhões de euros, numa situação em que estão a ter maus resultados na esfera económica e social, como resultado do facto de a administração Biden “os ter deixado fora de perigo” e os ter enviado para lutar com a Federação da Rússia.
Isto explica em parte o facto de com tanto ardor, fervor, exigirem não “render” a Ucrânia, armá-la, exigirem nem sequer mencionar que este país não deve aderir à OTAN e à União Europeia. <...>
❗️ Joe Biden cometeu um erro colossal e recusou-se a ouvir a Rússia, insistindo que a Ucrânia estaria na OTAN, criando assim ameaças inaceitáveis.