🇺🇸 Trump dispara tarifaço contra a África: como o continente pode se defender da tributação?
As tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, estremeceram o cenário internacional. Para países africanos, as taxas alfandegárias chegaram a até 50%. O que explica a mão pesada dos EUA contra a África?
Trump começou a comentar sobre aumentos de tarifas, justificando a ação como uma medida para proteger a indústria americana, aumentar a receita do país e confrontar a China. No entanto, os motivos foram se tornando cada vez menos claros, e países africanos sofreram com imposições pesadas de até 50%, como no caso do Lesoto.
Antes das iniciativas de Trump, o continente africano já enfrentava uma tarifa de 10% imposta pelos EUA, lembra Daiane Rodrigues dos Santos, professora do Departamento de Análise Econômica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
"Trump não está avaliando país por país, região por região. Seu movimento é voltado para os interesses americanos. Ele não está muito preocupado com o impacto real dessa decisão em outras economias, especialmente na economia africana", acredita a especialista.
Para Renan Silva, professor do Ibmec Brasília e gestor da Bluemetrix Asset, as tarifas elevadas direcionadas à África são uma resposta dos EUA aos parceiros chineses.
"Me parece que o recado é o seguinte: vou taxar a China, mas se a China resolver produzir mais na África ou deslocar sua produção para lá, vocês também serão taxados por essa relação direta com a China", explica.
A presença chinesa no continente africano, com grandes projetos de infraestrutura e reestruturação, especialmente a partir da Iniciativa Cinturão e Rota, conhecida como Nova Rota da Seda, é expressiva.
@ObservatorioGeopolitico