Manuel Urbano da Encarnação, tenente-coronel do Exército Brasileiro e um dos pioneiros do povoamento e exploração da região Amazônica, ficou conhecido como o "Bandeirante do Século XIX". Foi um prático de embarcações residente na Província do Amazonas, que participou ativamente de incursões de reconhecimento nos altos rios, destacando-se o rio Purus. Seu papel como guia de viajantes, tanto nacionais quanto estrangeiros, ganhou destaque em relatos de viagem e diversos documentos oficiais.
Foi um dos primeiros navegadores dos rios Acre, Purus e, mais tarde, Juruá. A ocupação das terras acrianas por brasileiros teve início em 1861, quando Manuel Urbano da Encarnação penetrou na bacia do rio Acre, viajando por vinte dias até sua nascente.
Em 1874, Manuel Urbano fundou o povoado de Canutama, hoje município do Amazonas, e recebeu a patente de tenente-coronel do governo brasileiro por ser responsável pelos índios paraná-pixunas. Morreu aos 92 anos, em 12 de junho de 1897, na cidade de Manaus, vítima de varíola, pouco tempo depois de ser agraciado com uma pensão vitalícia pelo presidente do Estado do Amazonas, Eduardo Gonçalves Ribeiro, em reconhecimento aos seus serviços como sertanista.
São expressivas as palavras de Sebastião Antônio Ferrarini ao considerá-lo um bandeirante: "O homem simples, forte e corajoso que, tal qual um 'bandeirante' do século XIX, tornou-se o desbravador de grande parte da Amazônia. Este homem foi Manoel Urbano da Encarnação, e o local por ele habitado, Canutama".