Uma palavra também sobre os militantes. Eles não pensam — ecoam. Não questionam — veneram. São fiéis não à verdade, mas à sensação de pertencer a alguma coisa, qualquer coisa, que os salve de si mesmos. Defendem o idiota não porque ele tem razão, mas porque ele grita o que eles são fracos demais para dizer sozinhos. Chamam de consciência aquilo que é apenas medo de ficar de fora do rebanho. Aplaudem a censura com o fervor de quem tem pavor de ser exposto — porque sabem que, se o debate for livre, a falência de suas ideias virá à luz. Justificam regimes assassinos com citações de livros que nunca entenderam, porque encarar o sangue exige mais coragem do que têm. Eles não defendem justiça — defendem o conforto de estarem certos sem nunca precisarem provar nada. São soldados de uma guerra imaginária porque isso lhes dá importância num mundo onde seriam irrelevantes. Eles não são militantes. São refugiados da verdade.
Não defendem ideias. Defendem muros mentais.
Não são rebeldes. São servos.