02.05.202501:55
Estarei amanhã trazendo mais ensinamentos e estudos do livro “O Capital”, de Karl Marx, falando sobre o dinheiro e suas funções, sobre algumas problemáticas, dentre outros.


02.05.202500:34
O mercado é o espaço de trocas de mercadorias. As mercadorias não vão por si mesmas ao mercado. Elas não são trocadas por si mesmas. Os representantes ou possuidores de mercadorias estabelecem relações sociais para que as mercadorias sejam trocadas. A troca ocorre quando os agentes econômicos decidem alienar cada um sua mercadoria para apropriar-se da mercadoria do outro, por meio de um ato de vontade comum a ambos. Cada um cede o que é seu para obter o que é do outro. Antes disso eles precisam de reconhecer-se mutuamente como proprietários privados. Veja como aqui há menção à posse jurídica. O capitalismo pressupõe, mais uma vez ressalto, propriedade privada. E propriedade privada pressupõe Estado, da mesma forma que necessitamos do Estado para termos um padrão de preço numa economia. A relação econômica pressupõe uma relação jurídica cuja forma é o contrato. Que instituição na sociedade civil GARANTE o contrato? Mais uma vez: o Estado. Digo e repito: anarcocapitalismo é burrice elevada à décima potência.


01.05.202520:03
As mercadorias possuem valor objetivo na medida em que são expressões da mesma unidade social [trabalho humano]. A objetividade do valor das mercadorias é puramente social, porque só pode manifestar-se numa relação social entre mercadorias. O valor objetivo é um valor puramente social, como expressão do trabalho socialmente necessário, deriva das relações sociais de produção.


01.05.202518:27
• Trabalho simples = aquele que, em média, toda pessoa comum, sem qualquer desenvolvimento especial, possui em seu organismo corpóreo. O trabalho simples médio varia seu caráter em diferentes países e épocas culturais. É, por exemplo, aquele trabalho de gari, de garçom de restaurante, de limpeza em uma fábrica, de jardineiro em uma escola, dentre outros. São apenas exemplos de trabalho simples (talvez você possa discordar dos exemplos, mas geralmente os colocamos como trabalhos simples ou que não exigem nenhuma qualificação especial).
≠
• Trabalho complexo = trabalho simples potenciado ou multiplicado, de modo que uma quantidade menor de trabalho complexo equivale a uma quantidade maior de trabalho simples. Ex.: engenheiro da TSMC. O trabalho complexo representa uma quantidade determinada de trabalho simples. Ele exige uma qualificação ou desenvolvimento especial. Os trabalhos complexos são reduzidos ao trabalho simples como sua unidade de medida (o trabalho simples serve como unidade de medida).
≠
• Trabalho complexo = trabalho simples potenciado ou multiplicado, de modo que uma quantidade menor de trabalho complexo equivale a uma quantidade maior de trabalho simples. Ex.: engenheiro da TSMC. O trabalho complexo representa uma quantidade determinada de trabalho simples. Ele exige uma qualificação ou desenvolvimento especial. Os trabalhos complexos são reduzidos ao trabalho simples como sua unidade de medida (o trabalho simples serve como unidade de medida).
01.05.202517:03
Os valores de uso casaco, linho etc., em suma, os corpos das mercadorias, são nexos de dois elementos: matéria natural e trabalho.
O trabalho é o pai da riqueza material, como diz William Petty, e a terra é a mãe.
Os corpos das mercadorias são produtos da matéria natural (um punhado de átomos) associados ao trabalho humano. A fonte dos valores de uso ou da riqueza material encontra-se tanto no trabalho como na matéria natural. O homem, quando trabalha, apenas procede como a natureza, alterando a forma da matéria natural para que aquela matéria trabalhada possa satisfazer necessidades humanas. A matéria, depois de trabalhada, adquire uma nova forma, novas propriedades materiais e objetivas, que são capazes de atender a uma finalidade humana.
01.05.202515:15
O mercado tipicamente capitalista pressupõe proprietários privados (produtores, vendedores) que vendem mercadorias para consumidores. PROPRIEDADE PRIVADA é pressuposto essencial do mercado no capitalismo. Veja bem, sem propriedade privada, não existe mercado capitalista, i.e., mercado no capitalismo. Mas de onde vem uma lei que regula o meu e o teu exteriores? Do Estado, mediante o poder legislativo. Não existe lei natural de propriedade privada. Kant, em Metafísica dos Costumes, ressalta que posse jurídica só existe efetivamente em um estado civil, como expressão da vontade universalmente legisladora (= PODER LEGISLATIVO). O estado civil, como Kant expressa, pressupõe: (a) poder executivo; (b) poder legislativo; e (c) poder judiciário. “Ah, mas a lei de propriedade vem da razão ou de Deus” — não há prova alguma. O jusnaturalismo não passa de uma ficção. Eu não sou jusracionalista como Kant o era em certo sentido, mas trouxe um exemplo de que até para ele posse jurídica peremptória e efetiva pressupõe Estado. Em suma: mercado pressupõe propriedade privada, e esta pressupõe Estado, ou seja, mercado no capitalismo requer ou exige Estado. Os anarcocapitalistas são contraditórios ao quererem um capitalismo sem Estado, porque sem ESTADO, não há propriedade privada nem mercado CAPITALISTA.
02.05.202501:35
SOBRE A FORMA DE VALOR
A forma de valor diz respeito à manifestação ou ao modo como o valor se apresenta na relação de troca, à expressão do valor, onde temos dois polos opostos, que se determinam e se excluem mutuamente: [a] forma relativa; [b] forma equivalente. São posições em que as mercadorias se encontram na expressão do valor. Que é a forma relativa? Mercadoria cujo valor é expresso em outra. Que é forma equivalente? Mercadoria que expressa o valor da outra na relação.
FORMA DE VALOR SIMPLES
Na forma de valor simples, individual ou ocasional, uma mercadoria singular expressa o valor em outra mercadoria singular que no momento serve como medida de valor. Qualquer mercadoria pode servir como medida de valor. É praticamente o escambo. Eu meço o valor da mercadoria X com base no valor da mercadoria Y. Não existe uma medida de valor universal.
FORMA DE VALOR TOTAL OU DESDOBRADA
Na forma de total ou desdobrada, uma mercadoria singular expressa o valor em termos de uma variedade indefinido de mercadorias que servem como medidas de valor. Temos aqui uma multiplicidade de medidas de valor, uma sequência de medidas de valor. A mercadoria X aqui expressa o valor nas mercadorias A, B, C, D, E, e assim por diante. Eu meço o valor da mercadoria X com base no valor da mercadoria A, B, C, D, E.
FORMA DE VALOR UNIVERSAL
Na forma de valor universal, temos o valor de todas as mercadorias sendo expressas em uma única medida de valor que serve como equivalente universal. Há apenas uma medida de valor que mede o valor de todas as mercadorias. Resolve os problemas, deficiências e limites das outras formas de valor. Eu meço o valor da mercadoria A, B, C, D, E, etc., com base no valor da mercadoria X, que atua como equivalente geral, medida universal de valor. Pode ser qualquer mercadoria, como o linho, o sal, desde que sirva como equivalente geral.
FORMA-DINHEIRO
Na forma-dinheiro, existe somente uma medida de valor, a forma-dinheiro, o dinheiro, que expressa o valor de todas as mercadorias. Todas as mercadorias expressam o valor em termos de mercadoria-dinheiro. Eu meço o valor de todas as mercadorias em termos de dinheiro. Não deixa de ser uma forma universal, mas é uma forma universal ESPECÍFICA, que chamamos de dinheiro.
A forma de valor diz respeito à manifestação ou ao modo como o valor se apresenta na relação de troca, à expressão do valor, onde temos dois polos opostos, que se determinam e se excluem mutuamente: [a] forma relativa; [b] forma equivalente. São posições em que as mercadorias se encontram na expressão do valor. Que é a forma relativa? Mercadoria cujo valor é expresso em outra. Que é forma equivalente? Mercadoria que expressa o valor da outra na relação.
FORMA DE VALOR SIMPLES
Na forma de valor simples, individual ou ocasional, uma mercadoria singular expressa o valor em outra mercadoria singular que no momento serve como medida de valor. Qualquer mercadoria pode servir como medida de valor. É praticamente o escambo. Eu meço o valor da mercadoria X com base no valor da mercadoria Y. Não existe uma medida de valor universal.
FORMA DE VALOR TOTAL OU DESDOBRADA
Na forma de total ou desdobrada, uma mercadoria singular expressa o valor em termos de uma variedade indefinido de mercadorias que servem como medidas de valor. Temos aqui uma multiplicidade de medidas de valor, uma sequência de medidas de valor. A mercadoria X aqui expressa o valor nas mercadorias A, B, C, D, E, e assim por diante. Eu meço o valor da mercadoria X com base no valor da mercadoria A, B, C, D, E.
FORMA DE VALOR UNIVERSAL
Na forma de valor universal, temos o valor de todas as mercadorias sendo expressas em uma única medida de valor que serve como equivalente universal. Há apenas uma medida de valor que mede o valor de todas as mercadorias. Resolve os problemas, deficiências e limites das outras formas de valor. Eu meço o valor da mercadoria A, B, C, D, E, etc., com base no valor da mercadoria X, que atua como equivalente geral, medida universal de valor. Pode ser qualquer mercadoria, como o linho, o sal, desde que sirva como equivalente geral.
FORMA-DINHEIRO
Na forma-dinheiro, existe somente uma medida de valor, a forma-dinheiro, o dinheiro, que expressa o valor de todas as mercadorias. Todas as mercadorias expressam o valor em termos de mercadoria-dinheiro. Eu meço o valor de todas as mercadorias em termos de dinheiro. Não deixa de ser uma forma universal, mas é uma forma universal ESPECÍFICA, que chamamos de dinheiro.
01.05.202523:11
O filme “Pale Rider” tem uma ambientação que se passa em 1870 ou 1880, época mais jovem do capitalismo, onde aqui vemos o ouro como forma-dinheiro e a existência de um sistema de crédito. A forma-dinheiro ouro serve como meio de pagamento do crédito que foi tomado de empréstimo por este personagem. O crédito é um tipo de dinheiro no capitalismo, assim como papel-moeda, moeda. Gosto da forma como o filme mostra o desejo ganancioso da mineradora, a que os homens, mesmo os pequenos burgueses, são levados pela lógica e pela perspectiva do lucro, da sobrevivência como iniciativa privada em meio à competição. Muitas vezes imoralidade e crueldade são meios não descartáveis para obter-se lucro ou sobreviver no capitalismo. O anseio por estar à frente do outro faz você muitas vezes ultrapassar limites morais, assim como o anseio por sobrevivência nesta forma de organização social.


01.05.202519:46
Mercadoria ou forma-mercadoria pressupõe: (1) valor de uso [utilidade para satisfazer uma necessidade humana]; (2) valor de troca ou forma de valor [expressão do valor de uma mercadoria em termos de outra mercadoria], que pressupõe evidentemente um valor intrínseco [≠ valor relativo, valor de troca].
01.05.202518:02
(...) o valor da mercadoria representa unicamente trabalho humano, dispêndio de trabalho humano.
Humberto Matos disse em um vídeo que valor = mercadoria. Pesquisei na obra de Marx e não consegui estabelecer uma equivalência semântica. O valor para mim no máximo é um atributo da mercadoria que diz respeito ao trabalho socialmente necessário, uma relação social de produção, cuja existência só faz sentido em relações de troca. O valor de troca depende substancialmente do valor intrínseco/imanente da mercadoria, porque o valor de troca é uma relação quantitativa, uma proporção em quem uma mercadoria pode ser trocada por outra, onde as mercadorias, para serem trocadas, precisam de ter um elemento comum, verbi gratia, o valor [trabalho socialmente necessário], mas não necessariamente — o fato de não haver igualdade de valor não invalida a troca necessariamente, mas implica perda de um lado e ganho de outro, uma injustiça do ponto de vista comutativo, das trocas, pegando como base a ética aristotélica.
01.05.202516:55
É pouco usual, mas valores de uso não podem se confrontar como mercadorias se neles não residem trabalhos úteis qualitativamente diferentes, como diz Marx. A troca se regula pelo valor de troca e pela lei do valor, e não pelo valor de uso. A equivalência não pode ser de valor de uso, mas de valor de troca. ARISTÓTELES fala, em Ética a Nicômaco, da justiça comutativa, que versa sobre as transações e relações voluntárias e que deve basear-se na igualdade aritmética (1:1, 2:2). No mercado, as mercadorias são trocadas se houver equivalência de valor, i.e., se elas tiverem o mesmo trabalho socialmente necessário objetivado. Isso não acontece muitas vezes porque o preço desvia-se do valor e por outras razões, mas quando não acontece, temos uma INJUSTIÇA, eticamente falando, se estivermos nos referindo à justiça comutativa.


01.05.202514:54
Marx fala sobre coisas externas que podem ser valor de uso (= utilidade para uma necessidade humana), mas que não têm valor, porque não são mediadas pelo trabalho humano, tais como o ar, a terra virgem, os campos naturais, a madeira bruta. Quando produzimos para as nossas próprias necessidades, estamos produzindo um produto, não uma mercadoria, ou seja, algo pode ser útil, sem ser uma mercadoria. Mercadoria é aquilo que tem valor de uso para outrem, valor de uso social. É algo que produzimos para servir como valor de outro para outrem, para ser transferido a outrem por meio da troca, no MERCADO.
Em outros termos: (a) algo pode ter valor de uso sem ser valor; (b) algo pode ter valor de uso, ter valor, sem ser mercadoria; e (c) algo pode ter valor de uso, valor e valor de troca, sendo produzido para servir como valor de uso para outra pessoa, para ser vendido, sendo, pois, mercadoria. Mercado = espaço de troca de mercadorias. Mercadoria = produto com valor de uso, com valor, feito para ser vendido.
Em outros termos: (a) algo pode ter valor de uso sem ser valor; (b) algo pode ter valor de uso, ter valor, sem ser mercadoria; e (c) algo pode ter valor de uso, valor e valor de troca, sendo produzido para servir como valor de uso para outra pessoa, para ser vendido, sendo, pois, mercadoria. Mercado = espaço de troca de mercadorias. Mercadoria = produto com valor de uso, com valor, feito para ser vendido.
02.05.202501:14
(..) o possuidor de mercadorias preenche essa lacuna com seus cinco ou mais sentidos. Sua mercadoria não tem, para ele, nenhum valor de uso imediato. Do contrário, ele não a levaria ao mercado. Ela tem valor de uso para outrem. Para ele, o único valor de uso que ela possui diretamente é o de ser suporte de valor de troca e, portanto, meio de troca.
(Karl Marx, O Capital)
01.05.202520:43
Torna-se evidente que não é a troca que regula a grandeza de valor da mercadoria, mas, inversamente, é a grandeza de valor da mercadoria que regula suas relações de troca.
Como expõe Marx, em “O Capital”, é justamente a grandeza de valor, o valor objetivo das mercadorias, que regula as relações de troca. O regulador das relações de troca é o valor intrínseco/imanente da mercadoria. O valor de troca [valor relativo] depende do valor imanente [valor “absoluto”]. Se você não tem valor imanente, tampouco tem valor de troca. Ou seja, o valor imanente em Marx é condição de possibilidade para o valor de troca.


01.05.202519:18
Marx aqui fala, em “O Capital”, que o trabalho humano igual o abstrato gera o valor das mercadorias. A substância do valor é o trabalho abstrato. A quantidade de trabalho socialmente necessário diz respeito à grandeza de valor (uma mercadoria pode ter um valor maior ou menor). As trocas entre mercadoria pressupõem, em média, equivalência ou igualdade de valor, ou seja, as mercadorias trocadas devem corresponder à mesma quantidade de trabalho socialmente necessário. A justiça comutativa exige igualdade absoluta nas trocas, como expressa Aristóteles, na proporção (1:1). Se existe um filósofo based, é Marx.
01.05.202517:53
https://whatsapp.com/channel/0029VarUw2EFsn0eLkvVHZ11
Quem quiser entra no meu canal no WhatsApp, fique à vontade. Estarei fazendo atualizações. Quero encher de conteúdo filosófico assim que tiver mais tempo livre.
Quem quiser entra no meu canal no WhatsApp, fique à vontade. Estarei fazendo atualizações. Quero encher de conteúdo filosófico assim que tiver mais tempo livre.
01.05.202515:56
Como criador de valores de uso, como trabalho útil, o trabalho é, assim, uma condição de existência do homem, independente de todas as formas sociais, eterna necessidade natural de mediação do metabolismo entre homem e natureza e, portanto, da vida humana.
Karl Marx, em O Capital, fala que o trabalho útil, que cria valores de uso (utilidades), é uma condição da existência do homem, independentemente da forma social (feudalismo, mercantilismo, capitalismo, dentre outros). O trabalho útil sempre existiu. O homem, para reproduzir o viver, para continuar existindo, precisa de consumir, e, para consumir, precisa de produzir, donde se necessita do trabalho. Um dos piores argumentos que vejo dos conservadores é associar o comunismo a uma sociedade onde ninguém trabalha — até pode haver menos trabalho devido ao desenvolvimento da força produtiva e a um equilíbrio entre vida e trabalho, mas é falso que não haverá trabalho algum. O trabalho sempre existiu. E não há mal algum em haver um sociedade onde trabalhamos menos, onde não vivemos para trabalhar, mas trabalhamos para viver. O homem não foi feito somente para trabalhar, mas para gozar do produto do trabalho, para ter lazer, para estudar, para desfrutar de relações sociais, de boas conversas, para conhecer novos lugares, para respirar ar puro e ter contato com a natureza.
01.05.202514:23
O grau médio de destreza dos trabalhadores é um elemento ou aspecto determinante da força produtiva do trabalho. Quanto maior o grau médio de destreza dos trabalhadores, menor o tempo em média necessário para produzirmos uma mercadoria. Outro elemento determinante é o desenvolvimento científico e sua aplicabilidade tecnológica, que são capazes de reduzir o tempo de trabalho socialmente necessário. A organização social do processo produtivo é outro fator-chave. O volume e a eficácia dos meios de produção são elementos determinantes, assim como as condições naturais. Algumas máquinas de produção de semicondutores são mais eficientes do que outras, conseguindo produzir um chip de qualidade tal em menor tempo do que outra mais antiga e desatualizada, a título de exemplo.
02.05.202500:44
IMPORTÂNCIA DO ESTADO NO CAPITALISMO
O Estado é imprescindível na garantia de contratos, na salvaguarda da propriedade privada, na manutenção do sistema monetário, no estabelecimento de um padrão de preços, em projetos econômicos de longo prazo (há criação de mercados por vezes), em investimentos que jamais são feitos pelo setor privado (os setores privados beneficiam-se disso, como na questão da mão de obra qualificada), na salvação de empresas privadas em momentos de crise, em questão de subsídios e fornecimento de crédito, na possibilidade de financiamento do título da dívida (que retorna em capital excedente para as empresas), no estímulo ao consumo (ajuda empresas que precisam de vender), dentre outros. São tantas razões e argumentos que até me esqueço de outras.
O Estado é imprescindível na garantia de contratos, na salvaguarda da propriedade privada, na manutenção do sistema monetário, no estabelecimento de um padrão de preços, em projetos econômicos de longo prazo (há criação de mercados por vezes), em investimentos que jamais são feitos pelo setor privado (os setores privados beneficiam-se disso, como na questão da mão de obra qualificada), na salvação de empresas privadas em momentos de crise, em questão de subsídios e fornecimento de crédito, na possibilidade de financiamento do título da dívida (que retorna em capital excedente para as empresas), no estímulo ao consumo (ajuda empresas que precisam de vender), dentre outros. São tantas razões e argumentos que até me esqueço de outras.


01.05.202520:09
A troca, segundo Aristóteles, não pode dar-se sem igualdade. Mas igualdade de quê? Segundo Marx, o próprio Aristóteles nos diz que o que impede o desenvolvimento de sua análise é a falta do conceito de valor. Quem nos apresenta o conceito de valor? Marx. As trocas precisam de igualdade de valor. Mas em que consiste o valor? O valor, como vimos exaustivamente, diz respeito ao trabalho socialmente necessário. A justiça comutativa regula os contratos e trocas, baseando-se numa igualdade aritmética/absoluta. Nas trocas, as mercadorias precisam de esbanjar um valor igual ou equivalente, porque, do contrário, existe injustiça, alguém ganha e alguém perde, fere-se, portanto, o princípio da igualdade absoluta [1:1, 2:2...]. É claro que por vezes os preços são representações inexatas ou muito imperfeitas do valor, fazendo que, na prática, muitas vezes tenhamos DISPARIDADE de valor e injustiça mas trocas. Demais isso, existe muita picaretagem — basta você entrar numa revendedora de carros.


01.05.202519:04
Em relação ao valor de uso, o trabalho vale apenas qualitativamente, e, em relação à grandeza de valor, o trabalho vale apenas quantitativamente. O trabalho abstrato talvez possamos considerar como trabalho abstraído do aspecto qualitativo, considerando tão somente como duração, como quantum. No que diz respeito ao trabalho qualitativamente considerado, trata-se do como, do quê.
01.05.202517:21
Abstraindo-se da determinidade da atividade produtiva e, portanto, do caráter útil do tra-balho, resta o fato de que ela é um dispêndio de força hu-mana de trabalho. Alfaiataria e tecelagem, embora ativid-ades produtivas qualitativamente distintas, são ambas dis-pêndio produtivo de cérebro, músculos, nervos, mãos etc.
humanos e, nesse sentido, ambas são trabalho humano.
Fiquei me pegando em reflexões. O trabalho abstrato em Marx é dispêndio de energia ou de força de trabalho, abstraído de aspectos determinantes na concretude, tais como o modo de operação, o objeto próprio, o escopo, o resultado, dentre outros. O trabalho abstrato existe independentemente da forma social, da mesma forma que o trabalho concreto. Não sei se dá para dizer, como Humberto Matos disse, que o trabalho abstrato cria valor de troca, cria mercadorias, porque o trabalho humano, como dispêndio de energia, existe em qualquer sociedade. Agora o valor e o valor de troca são elementos característicos da forma-mercadoria. O valor se expressa pelo trabalho abstrato, existe somente como uma categoria social. O valor só pode ser atribuído à mercadoria. Ou seja, um produto, apesar de gozar de valor de uso, de trabalho concreto e de trabalho abstrato socialmente necessário, não possui valor imanente nem valor de troca se não for qualificado como mercadoria, se não produzido para ser vendido/comercializado. O trabalho abstrato só gera valor se o produto for destinado à troca no mercado. O valor é uma categoria puramente social e ligada à mercadoria. Não há relevância alguma ou sentido algum falarmos de valor numa sociedade onde não existe mercado, porque as categorias valor e valor de troca só são importantes ou relevantes na relação social de troca.
01.05.202515:41
Marx diz que nenhuma coisa pode ter valor sem ser valor de uso. Um produto inútil, que não satisfaz necessidade humana, não pode ter valor. Se o produto é inútil, o trabalho que a produziu também é-o, não conta como trabalho e não cria valor. Por isso os liberais que vêm dar exemplo do buraco que demora muitos anos para ser produzido não entenderam ou não leram Marx. O que cria valor é o trabalho. E o que conta como trabalho é o TRABALHO ÚTIL. Ter valor de uso é uma condição necessária para uma coisa ter valor. Uma coisa externa precisa de valor de uso para ter valor, mas o valor de uso, para ser valor de uso, não precisa necessariamente de ter valor. Outra coisa: o que se leva em consideração para determinar o valor de uma mercadoria é o trabalho socialmente necessário, o tempo de trabalho em média necessário. Demais disso, um buraco sequer pode ser qualificado como mercadoria, quem sabe (o serviço pode ser mercadoria).
01.05.202513:53
Como regra geral, quanto maior é a força produtiva do trabalho, menor é o tempo de trabalho requerido para a produção de um artigo, menor a massa de trabalho nele cristalizada e menor seu valor. Inversamente, quanto menor a força produtiva do trabalho, maior o tempo de trabalho necessário para a produção de um artigo e maior seu valor. Assim, a grandeza de valor de uma mercadoria varia na razão direta da quantidade de trabalho que nela é realizado e na razão inversa da força produtiva desse trabalho.
Karl Marx aqui consegue explicar o porquê de os artistas estarem preocupados com o uso de IA, com medo de não terem mais emprego. O desenvolvimento da força produtiva chegou a um ponto em que o tempo médio para produzir uma arte reduziu-se substancialmente, ou seja, o valor e o preço diminuíram substancialmente, ocasionando, consequentemente, uma queda na renda dos artistas (menos tempo em média para produzir uma arte = queda no valor = queda no preço). Se o uso de IA para fazer arte se mantiver ou se desenvolver mais ainda, não valerá mais a pena produzir obras de arte ou pinturas para venda, como forma de trabalho, porque a remuneração será baixíssima, ao menos para muitos pequenos e médios artistas. Para além disso, o treinamento de IA envolveu plágio/roubo de artes de outras pessoas. Não houve consentimento dos trabalhadores nem remuneração.
Shown 1 - 24 of 268
Log in to unlock more functionality.